Praying hands
Tinha um estigma mental. Adorava orar sentindo entre os
dedos as contas de terços. Começou uma busca implacável pelo maior número de
terços diferentes rezados. Comprar já não bastava; passou a roubar terços.
Sorrateiro, como quem pedia perdão aos céus, furtava o terço e, em seus momentos de
reclusão, entoava as orações sentindo as contas pequenas e grandes entre suas
digitais. Porém, um dia, sem terços, foi parar na prisão, rezando e fazendo
súplicas ao seu Deus. Ele fora condenado por roubar o terço de ouro da igreja
central da cidade. Na cela escura, o ladrão de terços apenas suplicava por
algum novo terço para por entre as mãos e rezar.
Antagonismo bem empregado ^^... Roubar para manter a fé...