The bed, the chair, the dancing watching - Eric Fischl

É desolador ver dia após dia minha velha companheira se esforçar tanto para manter nosso relacionamento interessante. Tem dia que amanheço com ela entre minhas pernas, debaixo dos lençóis. Tem tarde que ela me serve uma taça de vinho com a esperança de esquentar o sangue para a noite adentro. Tem noite que ela se fantasia toda, finge ser o que não é, ser o que todo homem adoraria ter – de acordo com as revistas femininas de autoajuda. Mas eu nunca pertenci a esse “padrão” masculino. O tempo não mudou meus apetites... E é diante desse fato que mais me entristeço: por que razão minha esposa passou a me desconhecer? O que a faz pensar que mudei para eu a querer mudada? Será a velhice e sua perda de memória? Será a rotina e sua ânsia de mudar e enfraquecer os relacionamentos? Não sei. Só sigo a observando, até ver aonde tudo isso vai nos levar.